Registros Digitais

Trabalhar na área da saúde é necessariamente coleta de dados, certo?

Quando perguntamos pro paciente como ele se sente, já estamos recolhendo informação. O diagnóstico, de maneira muito simplista, é um processo de estabelecer probabilidade com base em dados.

Com o crescente uso da tecnologia na área da saúde, a coleta e armazenamento de dados do paciente tornaram-se mais comuns do que nunca. Falar em prontuário de papel parece assunto de dois séculos atrás, ainda mais para uma geração que já cresceu no século da tecnologia. Os registros eletrônicos de saúde permitem que os profissionais de saúde acessem informações importantes dos pacientes em tempo real, aumentando a eficiência do atendimento. No entanto, com o aumento do uso desses dados, também aumenta a preocupação com a privacidade dos pacientes.

Os dados de saúde dos pacientes são considerados informações sigilosas e, portanto, protegidas por leis de privacidade de dados, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil. Isso significa que os pacientes têm o direito de saber como seus dados estão sendo coletados, armazenados e compartilhados, além de ter o direito de solicitar a exclusão desses dados. Os profissionais de saúde e as empresas que trabalham com dados de saúde também são obrigados a proteger esses dados de violações de segurança e garantir que as informações sejam usadas apenas para fins médicos legítimos.

No entanto, a proteção dos dados de saúde dos pacientes é frequentemente desafiada pela natureza cada vez mais interconectada da tecnologia da informação. A transferência de dados entre sistemas diferentes pode levar a violações de privacidade, bem como o uso de inteligência artificial e machine learning em análises de dados de saúde, que podem levantar questões sobre a privacidade e a segurança dos dados. Portanto, é essencial que as empresas que lidam com dados de saúde tenham políticas de privacidade claras e eficazes, além de medidas de segurança robustas para proteger esses dados.

Mesmo no consultório, preocupações com as trocas de informações, como envio de resultados de exames, deve estar entre as prioridades quando pensamos em riscos. E muitas vezes as soluções são simples: quem nunca colou um post-it na tela do note com a senha de acesso a determinado sistema? Pois é, as vezes são medidas simples como orientar que computadores nunca fiquem ‘abertos’, desbloqueados, tem um impacto enorme.

Em resumo, o direito à privacidade dos dados do paciente é um tópico importante na era digital, especialmente no setor de saúde. Os pacientes têm o direito de saber como seus dados estão sendo usados e protegidos, e os profissionais de saúde e as empresas que trabalham com dados de saúde devem cumprir rigorosamente as leis de privacidade de dados para proteger essas informações. À medida que a tecnologia da informação continua a evoluir, é fundamental que as políticas e medidas de segurança de privacidade de dados também evoluam para garantir a proteção dos dados do paciente.